sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O POÇO DO BORRATÉM [XIII]

Poço do Borratém - (2007) Fotógrafo não identificado (Casa de João das Regras-actualmente existe no piso térreo "A Lisbonense" limpeza de chaminés) in http://fotos.sapo.pt/
Poço do Borratém - (1965) Foto de Armando Serôdio (Casa de João das Regras - Portal e Janela) in AFML

Poço do Borratém, 26 a 30 - (1959) Foto de Arnaldo Madureira (Junta de Freguesia de Santa Justa e Casa de João das Regras) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
O POÇO DO BORRATÉM
«A CASA DE JOÃO DAS REGRAS»
De facto quem passar no «POÇO DO BORRATÉM» (...) e olhar o lado Oriental do Largo (poucos metros desviado da esquina do Beco dos Surradores) verá uma casa velha e ligeiramente saída das demais, onde é visível um arco ogival com dimensões suficientes para abranger a loja e a sobreloja. O Arco não era único: havia outro idêntico (de diversas alturas e muito característico) demolido em 1851. (...) já referido no passado dia 12.02.2008 com o título «RUA DE JOÃO DAS REGRAS».
Dizia Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa» volume III pág. 81 "no prédio com o número 30, propriedade de D. Lucinda Vinhas na época, e em cuja loja existe um estabelecimento de bebidas: «O TONEL DO BORRATÉM». Desenha-se ainda na fachada um arco ogival (...). (Tradição que não andava longe da verosimilhança) Que esta casa foi habitação do astuto ministro e conselheiro de D. João I, esse famoso «JOÃO DAS REGRAS», proprietário, por sua mulher, das casas dos Albergarias, e depois dos Monsantos e Cascais, do outro lado da Rua. O certo é que o arco ogival é a nota mais remota do sítio, o que resta da transfiguração operada pelo Terramoto. O mestre de Bolonha morreu no seu Palácio grande, que foi, com mais segurança aquele onde mais tempo viveu".
Relata-nos também, Júlio de Castilho que no prédio do arco já destruído, serve actualmente de instalação à Junta de Freguesia de Santa Justa, com o número 25 de polícia.
Falando ainda do número 30, aquele que mantém o seu arco ogival, «não saber os fundamentos da tradição oral para dizerem ainda há umas dezenas de anos, que ali residia João das Regras».
No entanto o «ARCHIVO PITTORESCO» na pessoa do ilustre Olisipógrafo Inácio Vilhena Barbosa, parece adopta-la, e dizer até que «pertenciam aquelas casas aos pais de João das Regras, que ali viveram muitos anos, tendo também morado noutras, que possuíam às Escolas Geraes, onde nascera aquele ilustre jurisconsulto».
O mesmo autor diz ainda que regressado à Pátria depois de se ter doutorado em direito na Universidade de Bolonha «foi habitar João das Regras em umas casas suas, ou de seus pais, ao Poço do Borratém».
Divergem as opiniões mas de uma coisa temos a certeza. Ainda hoje a casa ocupada por estabelecimentos comerciais é chamada de «JOÃO DAS REGRAS». Este imóvel foi decretado de interesse público, pelo Decreto número 8/83, DR 19 de 24 de Janeiro de 1983.
(CONTINUA) - (Próximo) - «ACONTECIMENTOS PITORESCOS NO "POÇO DO BORRATÉM"».




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