quarta-feira, 12 de agosto de 2009

PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) [XVIII]

Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2009) - A Praça foto gentilmente cedida por Rafael Santos do Blog "DIÁRIO DO TRIPULANTE"
Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2007) - (Foto de Alexandre Pomar) (Tabacaria MÓNACO fechada num Domingo) in ALEXANDRE POMAR

Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2008)- Foto de Coca Cutie (Tabacaria MÓNACO no Rossio) in COCABIXINHOS

Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (1973) Foto de Armando Serôdio (O Café Brasileira do Rossio caricaturado por Stuart Carvalhais, quadro existente no Palácio Galveias) in AFML

Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (1944) - Foto de Eduardo Portugal (A Brasileira do Rossio-com o anúncio na fachada do prédio) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) [XVIII]
«A BRASILEIRA DO ROSSIO e a TABACARIA MÓNACO»
A «BRASILEIRA DO ROSSIO» foi fundada em 1911.
Anteriormente existia neste mesmo lugar uma chapelaria, que datava de 1820.
Situada nos números 51 a 53 as suas tradições estão ligadas à agitação política de Lisboa. Com reparações de vulto na fachada e no interior foi responsável pela obra o construtor «JOÃO DE OLIVEIRA E CASTRO»
Finalmente é inaugurado um café moderno para a época, muito amplo de fachadas aparatosas, que seria impossível num futuro próximo ser ignorado o seu enorme alpendre de ferro e vidro.
A 8 de Maio de 1915, o diário lisboeta «O JORNAL» trazia na primeira página uma notícia de sensação: "O preço da chávena de café da BRASILEIRA (nome de dois cafés do mesmo dono, um no CHIADO, outro no ROSSIO) aumentara dez réis, passando de pataco (40 réis) para meio tostão (50 réis)".
Tal como outros cafés «A BRASILEIRA DO ROSSIO» notabilizou-se ao ser frequentado por revolucionários mais radicais, acabando por ser satirizada no TEATRO, onde no «MARIA VICTÓRIA» foi imortalizado «O FADO DO 31», cuja primeira quadra nos diz: "Á porta da BRASILEIRA/ dois bicos encontram dois/ juntam-se os quatro e depois/ lá começa a chinfrineira".
A «BRASILEIRA DO ROSSIO» passaria por várias reparações mantendo-se contudo, o seu aspecto de 1900 da fachada e do salão principal.
Em 1938 teve intervenção significativa, com a criação de uma sala de bilhares com entrada pela «RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO», sendo o projecto do Arquitecto «JOSÉ SIMÕES». «A BRASILEIRA DO ROSSIO» (na altura propriedade da firma CAFÉS REUNIDOS), encerraria em 1960.
No ano de 1966 reabriu, mas não impediu que o seu destino fosse o habitual dos Cafés do ROSSIO. Para este lugar veio instalar-se uma sucursal do BANCO NACIONAL ULTRAMARINO.
«TABACARIA MÓNACO»
A «TABACARIA MÓNACO» (ver mais aqui ) está instalada no número 21, distinguida pelas suas tradições literárias e centro de cavaqueira de escritores do fim do século XIX e início do século XX.
Esta tabacaria, ao todo, pouco mais tinha do que dois palmos de fundo. Por volta do ano de 1893 o seu proprietário «JÚLIO CÉSAR VIEIRA DA CRUZ», o velho «CRUZ», resolveu alargar o espaço e chama, para a decorar, «RAFAEL BORDALO PINHEIRO». Ainda hoje lá se encontram os azulejos decorativos de «BORDALO PINHEIRO» e todo o aspecto actual da tabacaria data dessa época. Como um pequeno museu, a sua actual proprietária mantém a tabacaria tal como a recebeu de «JOSÉ RODRIGUES MARECOS», seu pai, que no limiar do século passado a tomou ao filho do velho «CRUZ».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) [XIX]-(O CAFÉ NICOLA




2 comentários:

Marcia Faria disse...

Se não me falha a memória,já fui ao café A Brasileira em Braga, beber uma bica com pasteis...

Um abraço!!!

APS disse...

Cara Marcia Faria

Realmente existe o CAFÉ A BRASILEIRA em Braga e tem um conjunto de fotos para matar saudades.

Talvez este conceito não se aplique ai no Brasil, mas não faz mal, quando vier a Portugal em vez de pedir "um cafézinho" ou um café em chávena dirá só: BICA.

Sabia a origem da "bica"?

No principio do século XX o Café da "A Brasileira" era servido numa cafeteira grande com cabo de madeira, como podemos deduzir quando chegava ao último cliente o café já vinha frio.
Um cliente (que habitualmente tratava os criados sempre por "tu") dizia: «Ó Albino vai mas é à bica!» Assim ficou generalizado o termo "BICA" como sinónimo de café em chávena.
O tal cliente pedia ao Albino para voltar a encher a cafeteira na torneira (ou bica)do recipiente onde era feito o café.
BICA - Nome generalizado em Lisboa.
Também existem vários termos para diversos procedimentos das "BICAS".

Quero uma bica curta
Quero uma bica cheia
Quero uma bica normal
Quero uma bica curta em chávena escaldada
Quero uma bica pingada
Quero uma bica normal em chávena não aquecida
Quero uma bica dupla
Quero uma Italiana (Bica curta)

O mesmo termo, no Norte de Portugal, pode não corresponder ao mesmo sentido embora esteja no dicionário.

Um abraço
APS