quarta-feira, 28 de julho de 2010

AVENIDA 24 DE JULHO [ VII ]

Avenida 24 de Julho - (2010) Foto gentilmente cedida por Luís Miguel Correia (Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos) in SHIPS & THE SEA - BLOGUE DOS NAVIOS E DO MAR
Avenida 24 de Julho - (2010) Foto gentilmente cedida por Luís Miguel Correia (Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos) in SHIPS & THE SEA-BLOGUE DOS NAVIOS E DO MAR

Avenida 24 de Julho - (1943-1945) - (Almada Negreiros -1893-1970) (Tríptico de Almada na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos-Partida de emigrantes) in CARTA ESTRATÉGICA


Avenida 24 de Julho - (1943-1945) Painel de Almada Negreiros (Foto de Mário Novais (1926-1985) - Biblioteca de Arte - Fundação Caloutre Gulbenkian) (Painel na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos) in FLICKR

Avenida 24 de Julho (1943-1945) Painel de Almada Negreiros (Foto de Mário Novais (1926-1985) Biblioteca de Arte - Fundação Caloustre Gulbenkian - (Painel na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos) in FLICKR
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(CONTINUAÇÃO)
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AVENIDA 24 DE JULHO [ VII ]
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«GARE MARÍTIMA DA ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS»
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Construída entre 1945 e 1948 a «GARE MARÍTIMA DA ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS), destinada ao serviço de passageiros numa altura em que o movimento de paquetes era intenso, dispondo a Marinha Nacional nessa altura, um apreciável número de navios.
Trata-se de uma construção com estrutura de betão-armado e de linhas modernas, projectadas pelo arquitecto «PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO», igualmente autor de muitos edifícios públicos no período do «ESTADO NOVO».
O primeiro andar era reservado aos passageiros, prevendo-se a ligação directa do seu amplo terraço, aos navios através de passadiços móveis, que nunca chegaram a ser construídos.
Compõe-se o edifício de dois corpos, constituindo um deles o vestíbulo principal, e o outro, uma nave alongada destinada à instalação de diferentes serviços para passageiros, ambos situados no primeiro andar.
O terraço ou varanda prolonga-se na direcção nascente para além do próprio edifício, por forma a poder receber mais que um navio simultâneamente.
Também para esta estação o arquitecto pediu a colaboração do pintor «ALMADA NEGREIROS», que executou uma série de murais envolvendo o grande vestíbulo.
Trata-se de cenas alusivas à actividade marítima, com uma forma modernista muito acentuada. As pinturas compõem-se de dois "tríptos". No primeiro, «ALMADA» desenvolve os temas «SALTIMBANCOS»; «VARINAS» e «PASSEIO DE BARCO». No segundo são representados «A PARTIDA»; «O TRABALHO DE CONSTRUÇÃO» e «O REGRESSO».
Ao contrário das pinturas da «ESTAÇÃO MARÍTIMA DE ALCÂNTARA», as diferentes figuras são aqui recortadas por vigoroso traço a negro, que dão à composição uma feição que nos faz lembrar o cubismo, assumindo o desenho um grande protagonismo.
Foi em razão da sua modernidade que os governantes da época mostraram o seu desagrado pelos murais de «ALMADA», tendo chegado a ser colocada a possibilidade da sua destruição. Deve-se a sua preservação à acção esclarecida e determinada do «DR. JOSÉ DE FIGUEIREDO», ao tempo director do «MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA» e personalidade bem vista pelo regime, que ousou defender publicamente a obra de «ALMADA NEGREIROS».
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Tendo sido praticamente extintas as carreiras regulares de passageiros com a concorrência do transporte aéreo, o movimento de paquetes no «PORTO DE LISBOA» resume-se aos navios de cruzeiro que o escalam sobretudo durante o Verão. É para acolher estes passageiros que a «ADMINISTRAÇÃO GERAL DO PORTO DE LISBOA», anunciou, em 1994, a modernização desta «ESTAÇÃO MARÍTIMA», dotando-a de todos os necessários serviços.
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No mês de Março de 2010 constou que vai encerrar como «GARE MARÍTIMA» para atracadouro de CRUZEIROS, dando lugar (como a vizinha Alcântara), a um terminal de contentores. Os serviços de Cruzeiros ficará assegurado no cais do «JARDIM DO TABACO» a «SANTA APOLÓNIA», tal como já vem acontecendo.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AVENIDA 24 DE JULHO [VIII]-MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA»




1 comentário:

Anónimo disse...

Se for verdade... é uma pena acabar esta Gare Maritima.

Lisboa fica mais pobre!

João Seguro