sábado, 22 de setembro de 2012

PRAÇA DO CHILE [ VIII ]

 Praça do Chile - (2000) - (O claustro do antigo "Hospital de Arroios", pode-se ver ao fundo colocado o painel de "Santa Teresinha do Menino Jesus" oferta de "Aníbal de Castro") in SKYSCRAPERCITY
 Praça do Chile - (2004) Foto de Bic Laranja (A "Praça do Chile" junto do antigo "Hospital de Arroios" in BIC LARANJA
 Praça do Chile - (2011) - (Fachada sul do antigo "Hospital de Arroios" virada para a "Rua António Pereira Carrilho") in SKYSCRAPERCITY
Praça do Chile - (2011) - (Nesta altura o antigo "Hospital de Arroios" servia de parque de estacionamento automóvel à espera de melhores dias) in JORNAL SOL


(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ VIII ]

«O HOSPITAL DE ARROIOS ( 1 )»

O «HOSPITAL DE ARROIOS» nasceu praticamente em 1892 a partir do «COLÉGIO DE NOVICIADO" de Jesuítas da «COMPANHIA DE JESUS» em 1705, como templo de invocação de «NOSSA SENHORA DA NAZARÉ». No ano de 1758 os Jesuítas eram expulsos de Portugal, mudando-se para este local as «FREIRAS CONCEICIONISTAS", motivado o seu convento de "CARNIDE" ter sofrido danos irreparáveis com o Terramoto de 1755.
Instalaram-se neste antigo "NOVICIADO" com a designação de «CONVENTO DAS FREIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO». Também, devido a uma cláusula de anexação do edifício pelo «HOSPITAL REAL DE SÃO JOSÉ», quando nessa altura era enfermeiro-mor o "Professor Dr. João Ferraz de Macedo".
Inicialmente, o «HOSPITAL DE ARROIOS» foi utilizado para receber doentes com peste, cólera morbus, varíola, lepra e tuberculose. Todas vítimas das epidemias que nessa época grassavam pela cidade de LISBOA.
No ano de 1898 a rainha «D. AMÉLIA», impressionada com a elevada mortalidade provocada pela tuberculose, passou esta unidade hospitalar a especializar-se no tratamento e prevenção desta doença, para evitar que os doentes internados noutros hospitais fossem contagiados.
Face à acção persistente e dedicada da rainha nesta área da saúde, o Governo decidiu que o Hospital passasse a chamar-se «RAINHA D. AMÉLIA». Conservaria este nome até à implantação da República, ganhando novamente o nome de «HOSPITAL DE ARROIOS» no ano de 1911.
Além do edifício central, reservado a tuberculosos, possuía ainda, na área adjacente, um pavilhão em madeira com duas enfermarias, destinado ao internamento de doentes com varíola. As epidemias de varíola eram nessa altura frequentes, tendo sido especialmente grave a de Outubro de 1902 e Agosto de 1903, que obrigou à transferência de alguns tuberculosos para o «HOSPITAL DE SÃO JOSÉ» a fim de aumentar a capacidade de internamento.
No ano de 1899, durante a peste pulmónica do "PORTO", o «HOSPITAL DE ARROIOS» esteve preparado para receber pestíferos, caso a epidemia alastrasse a "LISBOA". Foi lá que, num quarto do primeiro andar, esteve internado «CÂMARA PESTANA», que se tinha deslocado ao PORTO para fazer o estudo laboratorial da peste e que de lá regressou com os sintomas da doença. Colocado de quarentena com dois colegas que o tinham acompanhado, ali veio a falecer no dia 15 de Novembro desse ano.
Em 1906, com a inauguração do «HOSPITAL CURRY CABRAL», destinado a doenças infectocontagiosas, todos os tuberculosos foram para lá transferidos.
O «HOSPITAL DE ARROIOS» readquiriu então o perfil de hospital geral, passando a ter serviços de "Medicina Interna" e de "Cirurgia Geral".

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«PRAÇA DO CHILE [ IX ] - O HOSPITAL DE ARROIOS ( 2 )»

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