sábado, 21 de junho de 2014

LARGO DO CARMO [ XVI ]

 Largo do Carmo - (2009) Foto de Bert Kaufmann (Ruínas da nave da IGREJA DO CONVENTO DO CARMO, hoje MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO) in   PANORAMIO 
 Largo do Carmo - (2008) Foto de João Martinho 63    (Ruínas da nave da IGREJA DO CONVENTO DO CARMO actualmente o MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO)  in  WIKIPÉDIA
 Largo do Carmo - (2008) - Foto de Carlos Luís M. C. da Cruz  (Peças escultóricas em exposição no MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO)   in    WIKIPÉDIA
 Largo do Carmo - (2013)  (Interior das ruínas da antiga Igreja do Convento do Carmo, hoje ali instalado o Museu Arqueológico do Carmo)  in    MATRAQUEANDO
Largo do Carmo - (ant. 1895) Foto de Francesco Rochini  (Portal da entrada principal da antiga Igreja do Convento do Carmo, presentemente o Museu Arqueológico do Carmo) (Abre em tamanho grande) in AFML

(CONTINUAÇÃO) LARGO DO CARMO [ XVI ]

«O MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO»

Neste capitulo (e último desta série), entre o passado e o presente, é especialmente dedicado à IGREJA DO CONVENTO DO CARMO, ou melhor dizendo, ao que dela resta, sobretudo da IGREJA que foi tentada reerguer no século XVIII, e que hoje constitui o núcleo do MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO.
O MUSEU está ali instalado desde 1864 nas ruínas da IGREJA DO CONVENTO, o que restou do terramoto de 1755, embora tenha existido uma intenção de obras mais tarde, mas com pouco sucesso.
Do edifício podemos destacar o corpo principal da IGREJA e o Coro, cujo telhado resistiu ao terramoto.
Fundado pelo primeiro presidente da ASSOCIAÇÃO DOS ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES, JOAQUIM POSSIDÓNIO NARCISO DA SILVA (1806-1896), será considerado o mentor do MUSEU. Ele tem como objectivo salvaguardar o maior número do património NACIONAL que até à altura, se encontrava abandonado ou em delapidação, motivado pela extinção das ORDENS RELIGIOSAS e ainda de alguns estragos sofridos durante as INVASÕES FRANCESAS e as GUERRAS LIBERAIS.
 Assim, POSSIDÓNIO DA SILVA consegue reunir inúmeras peças de Arquitectura e de Escultura. bem como monumentos funerários de grande relevo artístico e histórico.
Era sua intenção que funcionasse como um "MUSEU VIVO", onde os visitantes pudessem apreciar e ao mesmo tempo conhecer as técnicas arquitectónicas e artísticas de então. O MUSEU desde cedo pôde contar com uma biblioteca, que ainda hoje se conserva, numa das salas do MUSEU.
No seu interior se pode hoje ver uma pequena mas interessante colecção do paleolítico e neolítico português, destacando-se as peças vindas das escavações e de uma fortificação pré-histórica perto da AZAMBUJA.
Um núcleo túmulos góticos inclui o de D. FERNANDO SANCHES(início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, um outro magnifico túmulo transferido de um CONVENTO DE SANTARÉM para este museu do rei D. FERNANDO (1367-1383) (o rei que mandou levantar uma cerca em volta de LISBOA do século XIV, à qual se dá o nome de MURALHA FERNANDINA) obra-prima da escultura gótica no país, recentemente restaurado. Existe também umas peças romanas, outras visigóticas.
O CONDE DE SÃO JANUÁRIO em finais do século dezanove era na altura o presidente da ASSOCIAÇÃO tendo oferecido ao MUSEU parte da sua colecção particular de cerâmicas pré-colombianas, e duas múmias do mesmo período. Essa colecção exótica constitui hoje um dos principais atractivos do MUSEU.
No último quartel do século XIX e o terceiro quartel do século XX deram entrada no MUSEU valiosas colecções de Arqueologia Pré e Proto-Histórica, proveniente de diversas escavações arqueológicas.
Existem ainda no espólio do Museu: O SARCÓFAGO DAS MUSAS(romano, séc. III-IV d.C.; quatro placas de alabastro com cenas da Paixão de Cristo esculpidas em baixo-relevo, oriundo das oficinas de NOTTINGHAM (meados do século XV); o túmulo da rainha MARIA ANA DE ÁUSTRIA, em estilo barroco; Colecção de 101 pedras de armas, com destaque para a lápide com BRASÃO DE FERNÃO ÁLVARES DE ANDRADE (século XVI), realizada a partir do desenho de FRANCISCO DE HOLANDA.
Durante o período de 1995 e 1996, por motivo das obras do METRO linha CHIADO, com a abertura de dois túneis na COLINA DA PEDREIRA provocando assinaláveis danos nas ruínas da IGREJA DO CARMO. O MUSEU esteve encerrado durante sete anos, motivado pelo procedimento de conservação das estruturas, reabrindo em Julho de 2001. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
- ARMORIAL LUSITANO - Coord. de A.E.M. Zuquete-Editorial Enciclopédia, Lda. 1961-LISBOA. 
- AZEVEDO, João de - LISBOA 125 anos sobre carris - Roma Editora-1998 - LISBOA
- CAEIRO, Baltazar Matos - OS CONVENTOS DE LISBOA - Distri. Editora-1989 - SACAVÉM.
- COSTA, Mário - O CHIADO Pitoresco e Elegante-Assoc. dos Arqueólogos Portugueses Ed 2ª - 1987 - LISBOA.
- DIAS, Marina Tavares . LISBOA DESAPARECIDA - Vol. 5 - Quimera- 1996 - LISBOA.
- FESTAS DE LISBOA 1955 - Direcção de Monteiro de Macedo e outros-Publicado pela NEUGRAVURA - 1955 - LISBOA.
- LISBOA E O AQUEDUTO - Edição da C. M. L. 1997 - LISBOA.
- MACEDO, Luís Pastor de - LISBOA DE LÉS A LÉS- Pub. da CML - Vol. III 3ª Ed.1985-Lx.
- MESQUITA, Alfredo-LISBOA- Ed. Perspectivas &Realidades - 1987-LISBOA
- MOITA, Irisalva - O Livro de Lisboa - Liv. Horizonte - 1994 - LISBOA.
- NOBREZAS DE PORTUGAL E BRASIL - Coord. de A.  E. M. Zuquete - Editorial Enciclopédia,Lda - Vol. III - 1961-1984 - LISBOA.
- OLIVEIRA, Cristóvão Rodrigues - LISBOA EM 1551 SUMARIO - Liv. Horz.-1987-LISBOA.
- PINTO, Luís Leite - História do Abastecimento de água a Lisboa - Imp. Nac. Casa da Moeda - 1972 - LISBOA.
- SEQUEIRA, Gustavo de Matos - O CARMO e a TRINDADE - Publicações Culturais da C.M.L. Vol. I, II e III - 1939 - LISBOA.
- SILVA, A. Vieira - A Cerca Fernandina de Lisboa - Publicações da CML - Vol. I - 2ª Ed. 1987 - LISBOA.
- SOUZA, Alberto - ALFACINHAS os lisboetas do passado e do presente (1964?) - LISBOA.
- VIDAL, Angelina - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA Ed. VEGA - 1994 - LISBOA.

INTERNET
- NCREP
- REVELAR LX
- SIPA 

(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[ I ]RUA ACTOR ISIDORO»

Sem comentários: