quarta-feira, 9 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ V ]

RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) (A "RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)" na freguesia de ARROIOS e começa na RUA FEBO MONIZ) in GOOGLE EARTH 
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2007) (Vista Panorâmica de uma parte da freguesia de ARROIOS onde se insere a RUA FRANCISCO RIBEIRO "RIBEIRINHO")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) (Um troço da RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO), no sentido Sul para Norte)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) ( A parte final da RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) junto da RUA FREI FRANCISCO FOREIRO) in GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1932) Caricatura de AMARELHE ("RIBEIRINHO" e BEATRIZ COSTA na "Revista Pirilau" estreada no Teatro VARIEDADES) in  FOTOLOG
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1941) - (Uma cena do filme "O PAI TIRANO" de António Lopes Ribeiro com RIBEIRINHO (o CHICO) e LEONOR MAIA (a TATÃO)  in CINEMAS SAPO
Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1950) (Cartaz do Filme "O GRANDE ELIAS" de Artur Duarte, com RIBEIRINHO, ANTÓNIO SILVA, MILÚ e MARIA OLGUIM) in CINEMAS SAPO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ V ]

«RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)»


A «RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) pertencia à freguesia de S. JORGE DE ARROIOS, NA SEQUÊNCIA DA REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA de 2013, juntamente com as freguesias dos ANJOS e PENA, passou a designar-se apenas freguesia de «ARROIOS». Começa na RUA FEBO MONIZ e termina na RUA FREI FRANCISCO FOREIRO.
Na Acta Nº 1/86 de 18 de Abril de 1986 e pelo EDITAL 24 de Abril de 1986,  deliberação tomada pela CÂMARA em reunião de 3 de Setembro de 1984, dando o nome de FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) a uma rua de LISBOA. Com o parecer e os votos favoráveis do presidente e da vogal Drª. SALETE SIMÕES SALVADA, a COMISSÃO deliberou propor que o nome do falecido actor seja atribuído ao arruamento no prolongamento da RUA ANTÓNIO PEDRO, compreendido entre a RUA FEBO MONIZ e a RUA FREI FRANCISCO FOREIRO que passará a denominar-se RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) - Actor - (1911-1984).

FRANCISCO CARLOS LOPES RIBEIRO nasceu em LISBOA, num terceiro andar de um prédio da CALÇADA DA ESTRELA, no dia 21 de Setembro de 1911.  Veio juntar-se a outro irmão de 3 anos chamado ANTÓNIO LOPES RIBEIRO. Os dois irmãos (que teriam mais tarde uma vida artística em comum), nasceram de uma família dada às artes, que cedo mostraram os seus talentos.
FRANCISCO e ANTÓNIO aprenderam línguas ainda muito pequenos, familiarizaram-se desde cedo com escritores, jornalistas, pintores e muita da intelectualidade que frequentava a casa dos seus pais.
ANTÓNIO conta na sua biografia que para os dois irmãos foi muito importante um presente chamado «TEATRO DE LOS NIÑOS» que permitia "armar um palco de meio metro, com pano de boca, poscénio e urdimento de onde se suspendiam lindíssimos cenários". Nesse "TEATRO", conta ANTÓNIO LOPES RIBEIRO puderam montar duas peças de SHAKESPEARE. Não se estranhe, portanto que o grande sonho de FRANCISCO tivesse sido desde muito pequeno, ser actor. Para isso muito contribuiu o actor CHABY PINHEIRO, amigo do pai, tendo sido até na sua COMPANHIA TEATRAL que FRANCISCO RIBEIRO (ainda não o RIBEIRINHO), se estreou na peça A MALUQUINHA DE ARROIOS, onde interpretava o galã cómico da peça de ANDRÉ BRUN. Tinha 18 anos e era o início de uma carreira de mais de cinquenta anos no TEATRO e no CINEMA português.
FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) no entanto não foi só um homem de TEATRO. Ele foi também actor, realizador, encenador, autor de diálogos para o cinema português dos anos 40 e 50 do século passado. Provavelmente não o conheçam bem do teatro, onde ele foi rei e senhor, mas conhece-o certamente do cinema. Basta lembrar o (CHICO), aquele caixeiro humilde do PAI TIRANO(1941) apaixonado pela (TATÃO) (LEONOR MAIA) ou o (RUFINO FINO FILHO), dono de uma leitaria, tutor de um VASCO SANTANA sempre embriagado com quem fazia a famosa "GINÁSTICA CUECA", no êxito de bilheteira que foi "O PÁTIO DAS CANTIGAS"(1942)Curiosamente, RIBEIRINHO foi também o realizador do filme e actor com seu irmão ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, dos diálogos engraçadissimos que hoje se ouvem na televisão quando a RTP-Memória resolve exibir a comédia. Ao tempo, a crítica elogiou o trabalho de RIBEIRINHO no filme O PAI TIRANO, no (já desaparecido) DIÁRIO DE LISBOA, TAVARES DA SILVA escreveu: "Não se pode representar melhor nem com mais perfeição. Para nós, ele é a grande figura do filme".
Justamente com seu irmão, o realizador ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, funda a COMPANHIA "OS COMEDIANTES DE LISBOA" e foi director do TEATRO DO POVO e do TEATRO NACIONAL(1978-1981). Ficou para a posterioridade o seu talento em diversos filmes dos quais acrescentamos aos já citados: "A REVOLUÇÃO DE MAIO"(1937; "O FEITIÇO DO IMPÉRIO"(1940); "A MENINA DA RÁDIO"(1944); "A VIZINHA DO LADO"(1945); "TRÊS ESPELHOS"(1947); "O GRANDE ELIAS"(1950); "O COSTA DE ÁFRICA"(1954); "O PRIMO BASÍLIO"(1959); "AQUI HÁ FANTASMAS"(1964) e "O DIABO DESCEU À VILA"(1979).
FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) faleceu em LISBOA a 7 de Fevereiro de 1984 na mesma cidade que o "viu" nascer.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [VI]-RUA EDUARDO BRAZÃO»

2 comentários:

José Leite disse...

Amigo Agostinho Sobreira

Tenho a felicitá-lo mais uma vez pela lembrança dos nossos grandes actores já desparecidos.

Pena é que a exemplo da Rua João Villaret, esta Rua Francisco Ribeiro, pela sua importância nas artérias lisboetas, não faça juz a tão ilustres actores e que muito deram ao mundo da cultura portuguesa.

As minhas felicitações pela sua lembrança.

Um abraço

José Leite

APS disse...

Caro amigo José Leite

Quero agradecer as suas amáveis palavras a este blogue que, enquanto eu puder e a saúde me permitir, não deixarei de relembrar aqueles que vão partindo e lhe seja atribuída uma rua na CAPITAL alfacinha.
Enviei-lhe um mail separado. Não sei se recebeu?
Já teve oportunidade de ver o novo site do AFML? Está diferente, mas chega-se lá.
O MUSEU DA CIDADE passa a partir de agora a chamar-se MUSEU DE LISBOA e vai ter um novo núcleo no TORREÃO Poente da PRAÇA DO COMÉRCIO. Despeço-me com amizade.
Um abraço
APS-Agostinho Paiva Sobreira