quarta-feira, 25 de novembro de 2015

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIX ]

«O PALÁCIO REBELO DE ANDRADE - SEIA ( 1 )»
 Rua da Escola Politécnica - (2012) - (O "PALÁCIO REBELO DE ANDRADE-SEIA" na Rua da Escola Politécnica e esquina para a "Rua do Arco de S. Mamede". Um grande incêndio em 1931 afectou este palácio consideravelmente. Em 1983 foi adquirido pelo Instituto Português de Ensino à Distância, para nele instalar a "UNIVERSIDADE ABERTA") in  GOOGLE EARTH
 Rua da Escola Politécnica - (2011) Foto de João Carvalho - (Pormenor da varanda por cima da entrada principal, do "PALÁCIO SEIA", também conhecido pelo "PALÁCIO BRAMÃO")  in  WIKIPÉDIA
 Rua da Escola Politécnica - ( 2001) Foto de Pedro Soares - (Portal do "PALÁCIO SEIA" ou "PALÁCIO REBELO DE ANDRADE-SEIA" na Rua da Escola Politécnica, também conhecido por "PALÁCIO BRAMÃO")  in  MONTE OLIVETE
Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de FOTOVOO - (Antigo "PALÁCIO REBELO DE ANDRADE-SEIA", depois de 1977 propriedade da "IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA" e em 1983 estava ali instalada a "UNIVERSIDADE ABERTA")  in  A SÉTIMA COLINA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIX ]

«O PALÁCIO REBELO DE ANDRADE - SEIA ( 1 )»

O «PALÁCIO REBELO DE ANDRADE» construído ainda antes de 1760, na hoje "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" números 141 a 147, ou à "COTOVIA", mesmo em frente do então "COLÉGIO DOS NOBRES", e que depois pertenceu ao "CONDE DE SEIA", é um grande edifício de dois andares com onze varandas na fachada principal, onde a elegância e o cuidado dos pormenores não disfarçam inteiramente um aspecto burguês que o assemelha muito à casa de "LUDOVICE", construída uma dezena de anos antes. Este antigo PALÁCIO serve hoje de sede à "UNIVERSIDADE ABERTA".
Apesar das muitas transformações que sofreu ao longo dos anos, especialmente o acrescento de um piso superior, o "PALÁCIO REBELO DE ANDRADE" continua a ser um notável exemplo da arquitectura residencial pombalina.
Este rico comerciante lisboeta "ANTÓNIO REBELO DE ANDRADE" terá construído neste palácio em terrenos da "QUINTA DOS SOARES", aforados a "D. RODRIGO DE NORONHA", na chamada "QUINTA DA COTOVIA", a tornejar para a nova "RUA DO ARCO".
Em 1762, "ANTÓNIO REBELO DE ANDRADE", já aí é dado como residente. Trata-se, pois, de uma das primeiras construções palacianas desta zona, a par com o seu vizinho do "MORGADO ALAGOA", construído  também por alguém inteiramente ligado ao poder emergente de "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO".
O edifício que hoje nos é dado observar não corresponde, no entanto, ao projecto inicial de "REBELO DE ANDRADE". Como já nos referimos, primitivamente este palácio só contava com o primeiro piso de rés-do-chão e, sobre ele, um andar nobre de sacada, Na fachada sobre a "RUA DO ARCO" esse piso nobre tinha o pé-direito mais baixo, permitindo a existência de um "MEZZANINO" no vão, iluminado por óculos. 
Além disso, aproveitando o desenvolvimento da RUA lateral, abria sob o piso térreo outro de grandes lojas, de certo inicialmente destinados a cavalariças. Para trás. sobre o jardim a construção desenvolvia-se em " U " simétrico, definindo como que um pátio ajardinado com directa ligação ao átrio da entrada.
Esta disposição primitiva enquadra esta casa-nobre na tradição construtiva então vigente em LISBOA. Uma grande sobriedade no desenho, de leitura fácil em termos de organização do espaço, sem originalidades ou fantasias arquitectónicas. E o esquema antigo, com o andar-nobre alterado, mantendo um certo afastamento entre a rua e o local de vivência dos donos da casa. Já o mesmo se não poderá dizer da gramática decorativa.
Estamos perante um dos edifícios em que mais perfeitamente se explana o gosto do "Barroquismo Joanino", de inspiração italiana, preso às elegâncias formais do trabalho nas cantarias.
Como era hábito com números ímpares de aberturas, neste casa, exalta-se o eixo central, ocupado pelo portal e um janelão de sacada sobreposto.  A atenção decorativa, com volutas e frontão contracurvado, que interliga essas duas componentes, acentua a verticalidade, contrabalançando, assim, a horizontalidade dominante na construção. As restantes dez sacadas apresentam também frontões elaborados que ritmam e animam a fachada, tornando mais leva a solidez da estrutura rígida do próprio edifício. De acordo com a prática BARROCA DE LISBOA, é a decoração que imprime ritmo e transmite alguma leveza a uma tradição construtiva que, na sua essência, pouco mudara.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XX ] - O PALÁCIO REBELO  DE ANDRADE-SEIA( 2 )». 

Sem comentários: