sábado, 18 de março de 2017

RUA DA PALMA [ XVI ]

«O TEATRO APOLO ( 2 )»
 Rua da Palma - (1930) - (Cartaz de caricaturas do elenco por AMARELHE)  (Revista "O SENHOR DA SERRA" de Xavier de Magalhães, Lourenço Rodrigues e Álvaro Leal, com musica de Bernardo Ferreira, Raul Ferrão e F. de Freitas. Apresentada no "TEATRO APOLO" e depois no MARIA VITÓRIA. Com um  elenco de: Filomena Casado, Ausenda de Oliveira, Carlos Leal, Maria Laura, Cremilda de Oliveira, Adelina Fernandes, Sales Ribeiro, António Gomes, Alda de Sousa e Alberto Miranda) in   HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
 Rua da Palma - (1907) - (Cartaz dos autores da Revista "Ó DA GUARDA" de Luís Galhardo e Barbosa Júnior, estreada neste ano de 1907 no "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL", com um êxito extraordinário)  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua da Palma - (23.02.1911) - ( A actriz "CAMILA DE SOUSA" no papel de "O ESTIO" da revista "AGULHA EM PALHEIRO" representada no (antigo Teatro do Príncipe Real) saudoso "TEATRO APOLO", foi a primeira Revista verdadeiramente republicana)  in   HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
Rua da Palma - (1911) - (Crítica publicada numa Revista da época referente a "AGULHA EM PALHEIRO" de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e Marçal Vaz (Lino Ferreira), música de Filipe Duarte e Carlos Calderon, apresentada no "TEATRO APOLO", sendo a primeira Revista representada neste TEATRO com o novo nome)  in    RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XVI ]

«O TEATRO APOLO ( 2 )»

Na Revista «Ó DA GUARDA» de Luís Galhardo e Barbosa Júnior, com musica de Filipe Duarte e Carlos Calderon, um do nosso trecho "DAS COPLAS" seleccionado  referente à aparição do "MARQUÊS DE POMBAL" (desempenhado por ERNESTO DO VALE), dizendo assim em verso - O MARQUÊS: Não importa, que esse é bom.  /  Mas... falemos noutro tom:   /   Dizeis lá aos Liberais:  /  Se ainda os há ma minha grei,  /  que já não posso nem sei  /  de entre as cinzas gritar mais!  /  Que não me ergam monumentos  /  p'ra pedestal de pandilhas,  /  mas que olhem p'rós Conventos  /  onde morrem suas filhas!  /  Acudam às mães aflitas,  /  acudam à PÁTRIA inculta,  /  em poder dos JESUÍTAS  /  cuja seita vil exulta  /  do mal na negra vitória!  /  São eles que ainda procuram  /  apagar a liberdade,  e nas trevas se conjuram  /  contra a luz, contra a vontade.  /  Vai e dizei-lhes ainda  /  que não reneguem a HISTÓRIA  /  da nossa terra tão linda!  /  Que ensinem o povo a ler,   /  pois já não posso outra vez  /  ir fazê-lo renascer  /  da fome e da estupidez.

Na rábula «OS CAVALHEIROS DE INDUSTRIA»  referida à questão dos adiantamentos, o episódio de «AS CARTAS ROUBADAS», e o recitativo sobre "AS CONTRADIÇÕES DE LISBOA" que aqui deixamos em verso: "É LISBOA a si mesma bem contrária:  /  Diz a AVENIDA ser da LIBERDADE,  /  mas tem ao fundo a tal PENITENCIÁRIA  /  E andam sempre a vedá-la e com grade.  / Defronte do CASTELO fica a GRAÇA,   /  Que não tem, isso não, graça nenhuma,   /   P'ra lá chegar, é mesmo uma desgraça,   /  Uma pessoa chega a deitar espuma.  /  Mas, para mim, o caso mais ratão,  /  Dentre tantas, tão várias chuchadeiras,   /  É uma RUA haver do CAPELÃO,  /  onde à certa não há frades nem freiras!  /  Onde o CRISTO não teve desprazeres,  /  Há um largo chamado do CALVÁRIO.  /  Cemitério se chama dos PRAZERES  /  Ao campo que é da dor o santuário.  /  É BOA HORA a casa fatalista  /  Onde em má hora a gente dava entrada;  /  A TAPADA é aberta e a BELA VISTA  /  É que p'los lados todos é tapada.  /  Mas uma coisa há mais piramidal,  /  A destacar de tanto caso incerto:  /  Haver uma receita eventual  /  Que é tudo quanto temos de mais certo.  /  A AJUDA não ajuda mesmo nada;  /  Sem custo só a sobem os Lanceiros;  /  No LARGO que se diz da ANUNCIADA,   /  Não há um só anúncio nem letreiro.  /  A RUA DA ALEGRIA é só tristeza,  /  A tal do BENFORMOSO é chuchadeira.  / Na RUA DOS LAGARES, com certeza,  /  Não se faz nem azeite de purgueira.  /  Mas aquilo a que eu digo: te arrenego!  /  E me chega a dar volta cá ao barco,  /  É haver esse tal ARCO DO CEGO,  /  Sem ter cego e sem mesmo ter um arco!  /  Na  RUA que é da ACHADA, nunca achei  /  Cousa alguma, até hoje, infelizmente.  /  Não me entendo e nem mesmo entenderei  /  Com o LARGO que se chama do INTENDENTE.  /  Na BICA DO SAPATO do Roteiro,  /  Há só bica, mas não há sapato:  / Essa RUA DAS FLORES, se tem cheiro,   /  Não é delas, que mo diz o meu olfacto.  /  O tal LARGO existe o PARLAMENTO,  / É DAS CORTES, essas Cortes afamadas,  /  Que se abrem de momento p'ra momento,  / Mas estão sempre fechadas, [ ACTO  I,  5.º QUADRO ].

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XVII ] - O TEATRO APOLO ( 3 )»

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