sábado, 25 de março de 2017

RUA DA PALMA [ XVIII ]

«O TEATRO APOLO ( 4 )»
 Rua da Palma - ( 1956) - Foto de Armando Serôdio - ( O "TEATRO APOLO" chamava-se "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" até 1910. Tinha sido inaugurado em 1856  (ainda no tempo Real) e seu nome homenageava o então herdeiro ao trono o príncipe CARLOS. Com o nome de "TEATRO APOLO" teve o seu final em 1957)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - (ant. a 1910) - Foto de Alexandre Cunha - (Fachada do "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL", posteriormente "TEATRO APOLO" que se manteve até  à sua demolição em 1957, para alargamento da "RUA DA PALMA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua da Palma - ( 1912 ) - (O "TEATRO APOLO" leva a cena a sátira "A FEIRA DO DIABO" em 23.11.1912,  um original de Eduardo Schwalbach com musica de Filipe Duarte, anunciada na revista "O PALCO". Foi  ainda  representada  em 1910 no "TEATRO DONA AMÉLIA" (mais tarde com o nome de TEATRO SÃO LUÍS)   in   RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - ( 1957 ) - Foto de Armando Serôdio - (Interior da Sala de espectáculos do "TEATRO APOLO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XVIII ]

«O TEATRO APOLO ( 4 )»

São inúmeros os episódios ligados à história do velho "TEATRO APOLO": podemos mesmo dizer (sem afirmar) que quase todos os grandes artistas de duas ou três gerações (naquela época), pisaram o palco  deste TEATRO. inicialmente como "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" e depois de 1910 o "TEATRO APOLO" que teve uma existência, aproximadamente de setenta anos.
Por estar relacionada com este teatro, iremos relatar algumas passagens de uma grande actriz portuguesa; "ADELINA ABRANCHES" (1866-1945)(para saber mais sobre esta actriz, e sua RUA na freguesia de «BENFICA», pode seguir este link).

Refere "SOUSA BASTOS" que: "ADELINA ABRANCHES" ainda criança entrou no "TEATRO PRÍNCIPE REAL" na revista "O NOSSOS ESPELHO" da qual é autor, no ano de 1878, (já contava então com sete anos de teatro, pois que se havia estreado aos 5 anos em "OS MENINOS GRANDES" do comediógrafo espanhol "ENRIQUE GASPAR"
Do TEATRO saía, no fim das suas actuações, numa "carrocinha" puxada por um burro, a actriz "ADELINA ABRANCHES" (que não encontrara melhor meio de transporte) para a levar à sua casa em PALHAVÃ.
Casou na freguesia dos «ANJOS» (com 24 anos) em 26 de Julho de 1890 com o Empresário do "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL",  "LUÍS GONZAGA VIANA RUAS" (nascido em LISBOA na freguesia do "SOCORRO"),  ADELINA era também conhecida por ADELINA RUAS, tiveram uma filha, a actriz "AURA ABRANCHES".

Quando se entrava no "HALL" do "TEATRO APOLO", existia à esquerda, dentro de uma vitrina, uma curiosa miniatura do TEATRO, pelo qual na época os espectadores localizavam os seus lugares. Poderá eventualmente existir ainda alguém que se lembre dessa miniatura, infelizmente desaparecida.  No escritório do Empresário "LUÍS GONZAGA VIANA RUAS", conservou-se durante muito tempo a COROA RÉGIA, retirada do CAMAROTE REAL, à direita, onde os soberanos (no tempo do TEATRO DO PRÍNCIPE REAL), algumas vezes, assistiam e aplaudiam os artistas.
"LUÍS RUAS" foi o último empresário pitoresco que LISBOA conheceu. Quando faleceu, passou o escritor e autor teatral "ALBERTO BARBOSA" a dirigir  o TEATRO, e ainda lá se representou umas revistas; não como os êxitos de o "SONHO DOURADO", por exemplo, que levou a cidade inteira a rir-se das "FACÉCIAS" do "NASCIMENTO FERNANDES", ali consagrado. e do "JORGE ROLDÃO". há anos desaparecido dos palcos.

Em 5 de Outubro de 1910, os anúncios desse dia espelharam a transformação política entretanto operada na SOCIEDADE PORTUGUESA. Assim o "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" aparece-nos com a designação de "TEATRO DA RUA DA PALMA" e só a partir do dia 14  desse mês, passará a usar o nome, que conservou até ser demolido  de "TEATRO APOLO" - inaugurado a sua nova denominação - repõe em cena a REVISTA "SOL E SOMBRA" de dois autores do  "ZIG-ZAG", "ERNESTO RODRIGUES" e "FÉLIX BERMUDES";  o terceiro, "PEREIRA COELHO", foi substituído por "LINO FERREIRA", que se ocultava sob o pseudónimo de "MARÇAL VAZ", esta revista tinha musica de FILIPE DUARTE e CARLOS CALDERÓN, e foi «ampliada com novos números alusivos à proclamação da República em PORTUGAL».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XIX ] O TEATRO APOLO ( 5 )» 

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