sábado, 17 de março de 2018

RUA ÂNGELA PINTO [ II ]

«A ACTRIZ ÂNGELA PINTO»
 Rua Ângela Pinto  -  (1911)  -  (A actriz "ÂNGELA PINTO" representando no Teatro REPÚBLICA - hoje Teatro S. Luís -  a revista "NUM RUFO", cujo tema abordava a LEI do divórcio, uma das primeiras leis da República. "Estreou no Carnaval, tendo agradado tanto, que ainda no NATAL estava em cena", como nos refere SOUSA PINTO no número de Fevereiro de 1912 de "A MÁSCARA")  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 2
/
 Rua Ângela Pinto  - ( 2017 )  -  (Panorâmica do BAIRRO DOS ACTORES,  e Rua Ângela Pinto no sentido para Sul, ao fundo a Rua José Ricardo in   GOOGLE EARTH 

 Rua Ângela Pinto - ( 1910) Foto de Vasques  -  "Ângela Pinto, no papel de "Isabel Conti" da Santa Inquisição, Capa da Revista "Ilustração Portuguesa 2.ª série, nº. 215 de 4 de Abril de 1910)  in  HEMEROTECA DIGITAL - CML
 Rua Ângela Pinto  - (1913)  - "Cliche" de Cardoso & Correia  -  ( A actriz Ângela Pinto num travesti notável em "HAMLET")   In  CURIOSIDADES DA IMPRENSA
Rua Ângela Pinto  -  (1934)  -  (A actriz Ângela Pinto publicada na revista CINE a 31 de Maio de 1934)  in  CURIOSIDADES DA IMPRENSA


(CONTINUAÇÃO) - RUA ÂNGELA PINTO  [ II ]

«A ACTRIZ ÂNGELA PINTO»

Ninguém como "ÂNGELA PINTO" (na época) conseguia inebriar as plateias, sabendo encarnar magistralmente as mais variadas personagens. Foi interprete de CINEMA no «PRIMO BASÍLIO» (uma obra de EÇA DE QUEIROZ) realizado por GEORGE PALLU no ano de 1923. Terá ainda realizado um quadro de "TRAVESTI" em "HAMLET" de SHAKESPEAR, em 1910, no extinto "TEATRO APOLO" (anteriormente "TEATRO PRÍNCIPE REAL" de 1865), na RUA DA PALMA (ver mais aqui...).
Entre os anos de (1869 e 1915 quem ouviu cantar "ÂNGELA PINTO", nesse ano de 1897, os versos da Revista "TELHA" - «Quem há que possa dizer /  que TELHA não têm?  /  Com a vista estou a percorrer,  / e não vejo ninguém!»,  mesmo que a tivesse aplaudido na "MANUELA" do "SOLAR DAS BARRIGAS" ou noutras operetas em que as fulgurações do seu génio dramático se deixaram adivinhar, talvez não fosse capaz de pressentir que esse génio impetuoso, desconcertante até havia de se elevar à culminância da arte num repertório de exigências bem maior, em que ela foi sucessivamente  exuberante de vivacidade e pandega alegre na "LAGARTIXA" de FEYDEAU, apaixonada e romântica na "ZÁZÁ" de P. BERTON e C. SIMON,  felinamente  ciosa na "DOLORES" de FELIU Y CODINA, sangrando amor canalha e plebeu na "SEVERA" de JÚLIO DANTAS, altiva e senhoril na "AVENTURA" de AUGIER, heróica e combativa no "LADRÃO" de BERNSTEIN.
Acrescentar-se ainda, pelo menos, as suas criações da sofredora "MARIANA" do "AMOR DE PERDIÇÃO" de CAMILO CASTELO BRANCO (1904) e do "HAMLET" em "TRAVESTI" (1910). No entanto intercaladamente, nunca deixou de prestar o contributo da sua fantasia..."gaiata, extravagante e frenética" ao TEATRO de REVISTA: em 1899, no PRÍNCIPE REAL DO PORTO, encabeçou o elenco de "ALI... à PRETA", revista do ano de 1897 de GUEDES DE OLIVEIRA e música de CIRÍCO CARDOSO (1846-1900), em que a sua imitação de uma cançonetista francesa em voga, levantou a plateia numa estrondosa ovação; em 1911 com CHABI PINHEIRO e ADELINA ABRANCHES, foi uma das interpretes de "NUM RUFO" revista de MACHADO CORREIA e do escritor brasileiro BATISTA COELHO (João Foca), escrita para ser apresentada no CARNAVAL de 1911, no TEATRO REPÚBLICA (ex- DONA AMÉLIA) actual "S. LUÍS"; e em 1915 personificou, de monóculo, o o elegante "compère" de CORAÇÃO À LARGA. E em tão múltiplas e diferentes criações, ela foi  como escreveu; "ANTÓNIO FERRO" no seu IN MEMORIAM: "uma actriz moderna, avançada, livre, sem ninguém dar por isso, e acima de tudo a actriz sincera, sem preconceitos, a actriz que adivinhou a morte das convenções, que pôs dentro da sua vida, numa grande ânsia de transmitir a verdade a todos os seus papeis, situações de comédia e de drama" ( 1 ).

Representava em 1923 "AS FLORES", uma comédia dos irmãos QUINTERO,  no TEATRO POLITEAMA de LISBOA, ao lado de AMÉLIA REI COLAÇO, quando foi vítima de uma síncope, que a inutilizou para o seu trabalho.

- ( 1 ) - IN MEMORIAM ÂNGELA, LISBOA, 1925, p.,47.

BIBLIOGRAFIA

- ACCIAIUOLI, Margarida - OS CINEMAS DE LISBOA-Bizâncio_2ª. ED.-2013-LISBOA.
- LELLO UNIVERSAL - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro-1º Vol.- Lello & Irmão-1976-Porto.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSSE - Dir. Leonel Oliveira- Nº. 18 Vol. Circ. Leitores. 1994-LISBOA.
- PORTUGAL SÉCULO XX - Portugueses Célebres-Cood. Leonel Oliveira-2003-RIO DE MOURO.
- REBELO, Luiz Francisco - Hist. do TEATRO de REVISTA em Portugal- I e II vol.-Pub. D. Quixote- 1º. Ed. - 1984 - LISBOA.


(PRÓXIMO)«LARGO DA ROSA[ I ]-A IGREJA DE SÃO LOURENÇO ( 1 )»

Sem comentários: