sábado, 5 de maio de 2018

RUA DO ALECRIM-QUINTELA-FARROBO [ VII ]

«O CONDE DE FARROBO E O PALÁCIO DAS LARANJEIRAS»
 Rua do Alecrim-Quintela-Farrobo- ( 1999) -  Foto de Alberto Peixoto  -  (No recinto do "Palácio das Laranjeiras", ergue-se um pequeno teatro de ópera também conhecido por "TEATRO THÁLIA"  in  A CAPITAL
 Rua do Alecrim-Quintela-Farrobo - (1943) Foto de Eduardo Portugal   -  Fachada do Palácio do Conde de Farrobo, na Estrada das Laranjeiras)   in    AML 
Rua do Alecrim-Quintela-Farrobo - (2005)  Foto de APS   -  (Início da RUA DO ALECRIM no século XXI ao fundo à direita o "PALÁCIO QUINTELA" de finais do século XVIII)  in  ARQUIVO DE APS

(CONTINUAÇÃO)-RUA DO ALECRIM-QUINTELA-FERROBO[ VII ]

«O CONDE DE FARROBO E O PALÁCIO DAS LARANJEIRAS( 2 )»

Junto ao "PALÁCIO DAS LARANJEIRAS" que o "CONDE DE FARROBO" mandou edificar, para seu prazer e para evitar o incómodo de ir a "SÃO CARLOS", um pequeno "TEATRO" para "ÓPERA"  e CONCERTOS, conhecido (na época) pelo "THÁLIA" ( 1 ), cujas festas e representações ficaram célebres nos anais do TEATRO PORTUGUÊS e da alta elegância lisboeta.
A primeira récita de que há notícia foi a 14.03.1825, com a ópera de SAVERIO MERCADANTE, "IL CASTELLO DEGLI SPIRITI" e "COSTANZA", cantadas normalmente por amadores. No "TEATRO DAS LARANJEIRAS", onde obviamente só se entrava por selecto convite, foi estreada uma obra-prima do teatro português: nada menos do que o "FREI LUÍS DE SOUSA" de GARRETT.  e, no tocante ao "bel canto", bastará talvez dizer que só entre 1834 e 1853 ali subiram à cena 18 óperas.
"FARROBO" não olhava a despesas: no CARNAVAL DE 1858, por exemplo, apeteceu-lhe por em cena, no seu teatro, a ópera cómica "LA FANCHONNETTE", com libereto de "JULES HENRI V. DE SAINT GEORG (1799-1875) e música de "LOUIS CLAPISSON". Ora quem cantava a dita obra na perfeição era uma cantora que, pelo apelido, seria Luso- francesa, "MIOLAN-CARVALHO". Sem problemas ofereceu-lhe 30 mil francos, o que , na época, constituía fortuna apreciável. E ia estourando de raiva porque a artista, embora muito lhe apetecesse o prémio, não podia quebrar o contracto que tinha em PARIS.
Teve o fidalgo lisboeta, contudo, algum azar com uma escolha, ao contratar um maestro privativo para o seu "TEATRINHO DAS LARANJEIRAS". Em MILÃO, indicaram-lhe duas hipóteses: a primeira era a da um músico que estava a ter muito êxito, mas a quem convinha mudar de ares por questões políticas; o outro candidato poderia seu um sujeito com algum futuro, mas que tivera há pouco um fracasso no "TEATRO SCALA"."FARROBO" convenceu o primeiro a vir para LISBOA. Chamava-se "ANGELO FRONDONI". O rejeitado dava pelo nome de "GIUSEPPE VERDI". (O tão conhecido VERDI em PORTUGAL).
Os tempos, no entanto, não corriam de feição a estas manifestações artísticas em consequência das lutas políticas (entre irmãos D. PEDRO e D. MIGUEL, as chamadas "Lutas Liberais") que dividiam os portugueses.
O "CONDE FARROBO" abraça a causa "CONSTITUCIONAL" e para a defender assentara praça em 09.04.1821 no REGIMENTO DE CAVALARIA DOS VOLUNTÁRIOS DO COMÉRCIO, para ser na mesma data promovido a Coronel.
Quando. em 1828 "DOM MIGUEL" se proclama "REI ABSOLUTO", o 2.º BARÃO DE QUINTELA e 1.º CONDE DE FARROBO, mais se entregou à causa constitucional. Em 1831, o Governo de DOM MIGUEL decretou um empréstimo forçado ao "CONDE DE FARROBO", embora este se tenha recusado a contribuir para ele. 

- ( 1 ) - TEATRO  THÁLIA - situado no complexo das Laranjeiras, é um edifício na posse do ESTADO desde o século XIX, recuperado pela Secretaria-Geral para fins científicos e culturais, prioritariamente dos organismos da Ciência, Tecnologia e Ensino e de Educação, mas também da Comunidade em geral, através da utilização.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO ALECRIM-QUINTELA-FARROBO[VIII]-O CONDE DE FARROBO E O PALÁCIO DAS LARANJEIRAS( 3 )»    

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