quarta-feira, 23 de setembro de 2015

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ I ]

«A RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua da Escola Politécnica - ( 2015 ) - (Desenho adaptado do sítio da Cotovia - Sem Escala - APS - LEGENDA 1-A Rua da Escola Politécnica. 2-O Palacete dos Anjos. 3-O Prédio Gonzaga Ribeiro. 4-O Palacete Castilho. 5-A Escola Politécnica. 6-O Jardim Botânico. 7-O Museu Bocage. 8-A Casa das Onze Portas. 9-A Imprensa Nacional. 10-O Palácio Rebelo de Andrade-SEIA. 11-O Palácio Cruz Alagoa. 12-O Largo de S. Mamede. 13-O Palácio Palmela. 14-A Real Fábrica das Sedas. 15-A Praça do Príncipe Real)  in   ARQUIVO/APS
 Rua da Escola Politécnica - (2007) - (Vista Panorâmica da Rua da Escola Politécnica em Lisboa)  in GOOGLE EARTH
 Rua da Escola Politécnica - ( 1993 ) Foto de Filipe Jorge ( Uma panorâmica da RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" vista do céu, destacando-se o grande edifício da "Escola Politécnica")  in LISBOA VISTA DO CÉU
 Rua da Escola Politécnica - (19--) Foto de Paulo Guedes  (Panorâmica da RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA, com o TEJO em fundo. Foto possivelmente captada na parte de cima do Reservatório da Mãe de Água nas Amoreiras) (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua da Escola Politécnica - (1856-1858) Filipe Folque - (Na parte de cima à direita podemos ver parte do COLÉGIO DOS NOBRES a RUA que nesta ocasião se chamava RUA DA FÁBRICA DA SEDA e o edifício da IMPRENSA NACIONAL) in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua da Escola Politécnica - (1856-1858) - Filipe Folque - ( Na parte superior esquerda podemos observar a "ESCOLA POLITÉCNICA" ou "COLÉGIO DOS NOBRES", a RUA DIREITA DO PATRIARCAL QUEIMADO e a PRAÇA DO PRÍNCIPE REAL, que na altura tinha outra designação) in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua da Escola Politécnica - (1856-1858)- Filipe Folque - (Na parte inferior direita podemos observar a RUA DIREITA DA FÁBRICA DAS SEDAS em direcção ao LARGO DO RATO, o LARGO DE S. MAMEDE e os edifícios que ladeiam a rua) in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
Rua da Escola Politécnica - (1856-1858) Filipe Folque - ( Na parte esquerda inferior podemos observar o resto em planta da ESCOLA POLITÉCNICA o Picadeiro e a TRAVESSA DE S. MAMEDE, estes quatro mapas juntos dão-nos uma ideia da proporção da QUINTA DO NOVICIADO DA COMPANHIA DE JESUS)  in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA


RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ I ]

«A RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA E SEU ENVOLVENTE»

A «RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA» pertencia a duas antigas freguesias: MERCÊS e S. MAMEDE, com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2012, a freguesia das MERCÊS  passou a denominar-se freguesia da «MISERICÓRDIA», fazendo parte dela o número 1 de polícia. A antiga freguesia de S. MAMEDE passou a denominar-se freguesia de «SANTO ANTÓNIO» correspondendo do número 3 em diante e todos os números pares. A freguesia da «MISERICÓRDIA» engloba as antigas freguesias: MERCÊS; SANTA CATARINA; ENCARNAÇÃO e SÃO PAULO. A freguesia de «SANTO ANTÓNIO» engloba as antigas freguesias de: SÃO MAMEDE; SÃO JOSÉ e CORAÇÃO DE JESUS.
A RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA começa na PRAÇA DO PRÍNCIPE REAL no número 20 e finaliza no LARGO DO RATO junto do número 7.
Para a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" convergem no seu lado direito: a "RUA NOVA DE SÃO MAMEDE" e o "LARGO DE S. MAMEDE". No seu lado esquerdo: a "CALÇADA ENGº. MIGUEL PAIS", "RUA DA IMPRENSA NACIONAL", "RUA DO ARCO a S. MAMEDE",  "RUA MAESTRO PEDRO DE FREITAS BRANCO", "BECO DO COLÉGIO DOS NOBRES", "RUA DO MONTE OLIVETE", "RUA DE S. MARÇAL" e "RUA CECILIO DE SOUSA".
Esta artéria aberta com grande serventia entre a "QUINTA DO NOVICIADO DA COMPANHIA DE JESUS" e a "QUINTA DE DOM RODRIGO", fazia ligação, através do "LARGO DO RATO", do SÍTIO DA COTOVIA com o sítio de "CAMPOLIDE" ou a "ESTRADA ENTRE MUROS DE CAMPO LIDE".
Antes do terramoto de 1755 esta RUA tinha duas designações para cada um dos seus troços: "RUA DIREITA DA FÁBRICA DAS SEDAS" até ao "PALÁCIO DOS SOARES" (depois IMPRENSA NACIONAL), o seu seguimento foi chamado de "RUA DO COLÉGIO DOS NOBRES", nomeadamente que sucedeu à "RUA DIREITA DA COTOVIA" e ainda no mapa de FILIPE FOLQUE em 1858 era chamada de "RUA DIREITA DA PATRIARCAL QUEIMADA".
Em Setembro de 1859 era normalizada toda a artéria, passando a chamar-se de "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA".

Logo a seguir à "CASA DAS ONZE PORTAS", e até à "IMPRENSA NACIONAL", contam-se seis prédios de andares, uns mais interessantes que outros, pelo ritmo de seis sacadas em dois andares e pelo desenho do arco abatido das seis portas e montras, com painéis de azulejos, do antiquário "M. H. CARVALHO", virado para o "BECO DO COLÉGIO DOS NOBRES", por onde outrora houve porta de vacaria.  O último edifício, moderno  dos anos 50 do século passado, destoa na rua - como ainda mais destoam, do outro lado após a "POLITÉCNICA", dois imóveis de inquilinos do mesmo ano e pior qualidade. De um deles desapareceu, há pouco, a antiga "LIVRARIA ESCOLAR", do MANUEL DE BRITO, sítio de estudantes e professores, com livros proibidos vendidos sob o balcão. Quando as ameaças da pátria eram bem expressas pelo assalto, aqui lembrado, a propósito, à SOCIEDADE PORTUGUESA DE ESCRITORES", apoiado pelo PIDE, em MAIO de 1965, era ela bem perto daqui, então no prédio de "GONZAGA RIBEIRO"...
Termina melhor deste lado o quarteirão antes de SÃO MAMEDE, com um grande edifício passivo que vira para o LARGO, e foi habitado por um VISCONDE DE ALVES DE SÁ(1869), JUIZ DO SUPREMO e PAR DO REINO. Mas a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" tem alguns antiquários, dois ou três bancos, um ou dois restaurantes e duas ou três pastelarias, como a "CISTER" e a "ALSACIANA", três farmácias, duas papelarias, lojas (recentes) de vestir e calçar, uma fina fachada a perfumaria em gosto dos anos 20 e 30 e ainda o Senhor JOAQUIM, leitaria e lugar de hortaliça, em práticas de antigamente no número 75; ou um sapateiro de vão de escada, do tempo em que os havia, por utilidade social.
"A CISTER", dos anos 40 do século passado, foi, tradicionalmente, local da famosa pastelaria "SERAFINA", de cem anos antes. Mais divertida ou sabiamente,  o GERVÁSIO LOBATO de "LISBOA EM CAMISA", SOUSA VITERBO (que tem um busto no JARDIM) e ANDRADE CORVO, professor da POLITÉCNICA, Ministro, Romancista e Dramaturgo, em seus tempos do romancismo, por ali moraram também.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ II ] O PALACETE DOA ANJOS».

Sem comentários: